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Cai o antidumping de ímã de ferrites: indústria do alto falante vence a batalha

País está entre os quatro maiores fabricantes de alto falantes do mundo. Associação Nacional da Indústria da Música (ANAFIMA) celebra vitória da extinção do processo.

As mais de 300 fábricas de alto falantes brasileiras celebraram nesta terça-feira, dia 22 de fevereiro, o encerramento do pedido de revisão do antidumping nas importações de imã de ferrite em formato de anel, classificados no subitem 8505.19.10 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM para o Brasil.

E a comemoração tem muito significado. O ferrite representa quase 15% do valor do alto falante, dentro da composição do preço, este insumo somado ao antidumping equipara-se ao custo de um colaborador da empresa.

A ANAFIMA  – Associação Nacional da Indústria da Música – em conjunto com seus associados, e em destaque as empresas: Hard Power, Harman, Thomas KL, Bravox, ASK, Triton, Sonovox, Eros e Magnum entraram com uma ação de habilitação para defesa dos fabricantes nacionais de alto falantes no processo contra a renovação do Antidumping e no Interesse Público.

No dia 3 de março de 2021, por meio dos Ofícios-Circular as empresas produtoras e exportadoras receberam emails para que pudessem se manifestar como parte interessada. Para representar a ANAFIMA, as empresas Harman do Brasil e Thomas KL se empenharam em abrir seus dados. De fora da associação, a importadora Unimag e a Embraco, indústria de compressores também se manifestaram, sendo a Embraco indeferida no processo.

CIRCULAR Nº 11, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2022 – CIRCULAR Nº 11, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2022 – DOU – Imprensa Nacional (in.gov.br)

Antidumping de insumos: indústria refém

Durante pouco mais de 25 anos, a indústria brasileira ficou refém de uma medida que beneficiava duas fábricas de ferrite, entretanto, nos últimos 10 anos, apenas uma fábrica de ferrite no Brasil era beneficiada pela resolução antidumping contra os ferrites chineses.

Fim a cultura pública de apoiar a sobretaxa de insumos

Para Daniel Neves, presidente da ANAFIMA, “É evidente que prezamos pela indústria doméstica. Entretanto, para a renovação de uma medida antidumping do ímã de ferrite, que estava vigente já há 25 anos, há de se valer a autenticidade das provas de dano da peticionária, o que não houve”. “Ganhou a indústria do alto falantes e também a demonstração que a união das empresas é algo imprescindível para a classe”.

Para a entidade, o País precisa andar na direção da competitividade de seus produtos acabados e valor agregado, facilitando a aquisição aos insumos com melhores custos. 

No caso da renovação do antidumping do ímã de ferrite, através de uma rigorosa defesa no campo do Interesse Público da ANAFIMA, a conclusão da Camex foi taxativa: a análise de mérito do pedido de revisão do antidumping foi prejudicada em razão da falta de confiabilidade nos dados reportados pela indústria doméstica peticionária. 

Soma-se ainda que  a Circular SECEX no16, de 25 de fevereiro de 2021 explicita que a importação de ferrite para o abastecimento das fábricas brasileiras não são causadoras de  dano à indústria doméstica.

A revisão foi finalizada sem julgamento de mérito, encerrando-se a vigência dos direitos antidumping aplicados sobre as importações brasileiras de ímãs de ferrite (cerâmicos) em formato de anel originárias da China.

A luta não para

O Brasil nunca deixará de ser um pais de comodities se a cultura pública de apoiar a sobretaxa de insumos, produtos intermediários e matéria prima permanecer vigente.  PVC, resinas, metais, entre tantos outros materiais que estiveram e ainda estão em discussão necessitam estar a luz da decisão estratégica e de longo prazo por parte do governo.

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